Escrevo expondo crises, delicadezas e sensibilidades.

segunda-feira, 5 de maio de 2008

Para: Nathy, Lyssa, Maraya, Lêda, Val e Hay.


Somos amigas para, pagar a conta quando alguma estiver lisa, emprestar um vestido ainda novo, recomendar um paquera, dar carona pra festa, passar um sermão, caminhar no shopping, segurar a barra. Ir forçada para uma festa só para acompanhar a outra.
Porém isso não é tudo que vocês são para mim. Hoje preciso dizer que a amizade de vocês é indispensável. Os amigos são testemunhas do nosso passado, nosso espelho, através deles podemos nos olhar. Todas as minhas amigas são um complemento do que me falta. Com algumas já enfrentei com solidez grandes tempestades.
Minhas amigas não dividem só alegrias. Dividem lembranças, crises de choro, experiências. Dividem a culpa, dividem os segredos. Minhas amigas não emprestam apenas o vestido novo. Emprestam o tempo, emprestam o ombro, emprestam os sonhos, emprestam o calor e o amor. Minhas amigas não me recomendam só um paquera. Recomendam cautela, recomendam um emprego, recomendam uma alternativa. Elas não dão carona apenas pra festa. Dão carona pra o mundo delas, e topam conhecer o meu. Não passa apenas sermão. Passam comigo um aperto, passam junto o reveillon. Não caminham apenas no shopping. Andam em silêncio na dor, entram contigo em campo, saem do fracasso ao teu lado. Minhas Amigas não seguram a barra, apenas. Seguram a mão, a ausência, seguram uma confissão, seguram o tranco, o palavrão, seguram o impossível.
Meia dúzia de amigas assim ninguém tem. Se tiver uma, amém.
(Adaptação do texto Para que serve um amigo?, Martha Medeiros.)

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